É possível contrair AIDS através do contato com lixo hospitalar?

O questionamento proposto acima é dúvida comum entre a população. Afinal, o lixo hospitalar pode transmitir a AIDS? Para responder a essa pergunta, convidamos o biólogo Silvestre Viana, professor do Colégio Oficina de Vitória da Conquista.
Segundo ele, a AIDS não pode ser transmitida nessas condições. A explicação está na própria estrutura do vírus da doença.



"O vírus da AIDS é um vírus diferenciado. Isto é, tratas-se de um vírus envelopado, sobre o qual não entraremos em detalhe. Dessa forma, ele é muito frágil e quando está num ambiente não orgânico (fora do corpo) ele morre. Em linhas gerais, o vírus da AIDS não resiste ao contato com o oxigênio, presente no ar, e então morre instantaneamente quando fica algum tempo exposto a ele. A seringa com sangue contaminado seca e o vírus não pode ser transmitido."


Apesar de estarmos livres do risco de contrair a AIDS, o lixo hospitalar ainda é extremamente perigoso pois pode transmitir doenças graves como a hepatite C ou a meningite.

Classificação do Lixo - Parte II



Grupo A

Os resíduos sólidos do grupo A deverão ser acondicionados em sacos plásticos grossos, brancos leitosos e resistentes com simbologia de substância infectante. Devem ser esterilizados ou incinerados.
Os perfuro-cortantes deverão ser acondicionados em recipientes rígidos, estanques, vedados e identificados com a simbologia de substância infectante.
Os resíduos sólidos do grupo A não poderão ser reciclados.
Os restos alimentares em natura não não poderão ser encaminhados para a alimentação de animais. 

Grupo B

A eliminação do lixo tóxico quimioterápico deve seguir rigorosos critérios de separação e eliminação em containeres especiais que possibilitem a imediata identificação pelos responsáveis por esta coleta de material, bem como aqueles responsáveis por sua inativação. Embalagens especiais são fundamentais para que tais procedimentos se processem naturalmente sem nenhum risco para os profissionais ou para os leigos, especificamente no Brasil, onde o lixo representa uma fonte de renda para uma considerável população, que mantém contato direto com estes resíduos. Estes restos tóxicos devem ser desprezados em locais separados dos depósitos de restos normais, e principalmente deveriam ser neutralizados ou incinerados para evitar a contaminação do meio ambiente. Por isto aterros não são ideais para estes fins. É necessário que as companhias de limpeza urbana se adequem para este tipo de procedimento fazendo terceirização para firmas especializadas, com a finalidade de inativação ou neutralização dos restos de quimioterápicos. 

Grupo C

Estes resíduos devem ser identificados com o símbolo internacional de substância radioativa, separados de acordo com a natureza física do material, do elemento radioativo presente e o tempo de decaimento necessário para atingir o limite de eliminação, de acordo com a NE 605 da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN). Devido as suas características de periculosidade, é aconselhável que os resíduos sejam manejados por pessoal capacitado. Antes de ser definitivamente descartado, este tipo de resíduo deve passar por um período de armazenamento. O objetivo do armazenamento para decaimento é manter o radionuclídeo sob controle até que sua atividade atinja níveis que permitam liberá-lo como resíduo não radioativo. Este armazenamento poderá ser realizado na própria sala de manipulação ou em sala específica, identificada como sala de decaimento. A escolha do local de armazenamento, considerando as meias-vidas, as atividades dos elementos radioativos e o volume de rejeito gerado, deverá estar definida no Plano de Radioproteção da Instalação, em conformidade com a norma NE - 6.05 da CNEN. Para serviços com atividade em Medicina Nuclear, observar ainda a norma NE - 3.05 da CNEN.

Grupo D

Os resíduos do grupo D não recicláveis e/ou orgânicos devem ser acondicionados nas lixeiras cinzas devidamente identificadas, revestidas com sacos de lixo preto ou cinza.
Os resíduos recicláveis devem ser acondicionados nas lixeiras coloridas, identificadas.